Ética e Conhecimento

 

         O conhecimento teórico se constitui como saber acerca do que é necessário. O conhecimento prático se constitui como saber do que é contingente  (saber das coisas humanas). O bem e o mal não aparecem com a mesma rapidez e o mesmo caráter coercitivo da verdade e do erro- o que é certo em moral não ocorre da mesma forma que a chegada de uma conclusão em um teorema. Na necessidade e na contingencia a diferença está na impossibilidade de demonstração – relatividade das coisas humanas e do que se pode conhecer delas. Quem age moralmente conhece de certa maneira o Bem, pois o traduz por assim dizer, na particularidade de sua conduta. Discernimento consiste essencialmente em discernir o verdadeiro em meio à contingencia, que não é a ordem ideal das conexões necessárias da ciência. Distinção entre o bem e o mal sem qualquer regra por essa razão tem o saber teórico e o saber prático. No  saber  prático não significa que seja uma aplicação da teoria, mas sim outro saber que versa sobre um objeto específico: a ação. Práxis humana objeto diferente de procedimento. Domínio singular afetado por extrema complexidade, sendo a contingencia de que se reveste um sinal dessa singularidade complexa. O que distingue fortemente o universo humano do mundo natural é o valor, por isso, a ética é o domínio dos juízos de valor. Juízo – subordinação de um particular a um particular a um universo. Ordenação do real e agrupamento de objetos particulares, ressaltando a estrutura e o teor sistemático do conhecimento. Vontade – as atribuições do predicado moral supõe que o sujeito quis possuí-lo, decidindo al a respeito de si, optando por determinada maneira de agir e de posicionar-se diante de si e dos outros. A moralidade supõe vontade e escolha – supõe que possamos apontar o ser que é capaz de escolher a partir da vontade isto é, o ser não submetido à necessidade. O homem não é um ser que se define por um aspecto. Apenas o homem pode emitir juízo, isto é, relacionar um caso particular com uma ideia geral, por definição não imediatamente presente na situação empírica dada. É importante os fundamentos da ética,  assim como,  juízos acerca dos fatos, os juízos de valor também se referem à generalidade o sentido de apreensão de valores é um saber prático – sabedoria. Por isso é fundamental a sabedoria mediada pela autonomia que neste caso podemos citar dois tipos a  Moral cristã: autonomia da vontade como subordinação a Deus e a Modernidade: autonomia da razão consumação da separação da natureza.  A modificação da noção cristã de sabedoria é a Perfeita integração da teoria e da prática com a finalidade de conseguir para o homem a felicidade, o gozo dos bens que podem advir do saber e do domínio racional da natureza.  A Paradigma e finalidade da racionalidade têm definições distintas. Na

Paradigma: exatidão do saber (matemático) e na Finalidade: domínio racional, traduzido concretamente na subordinação da natureza às necessidades dos humanos e na extensão da técnica como extensão da ciência, que deve realizar praticamente o domínio do homem sob o mundo (práxis submetida forçadamente aos critérios da racionalidade). O Conhecimento e ação no Ideal Kantiano diz que o mundo da contingência se distingue de um universo logicamente necessário como o da ciência exatamente devido à impossibilidade desta vinculação busca de aproximação deste ideal, mais do que um critério de discernimento para a experiência moral concreta. Para isso a experiência moral do existencialismo liberdade como exercício doloroso da constante invenção de si mesma. Ela se faz na continuidade dos atos que a exprimem cada vez que o homem se projeta a construção de si mesmo. Teoria clássica: liberdade como uma sábia conformação à necessidade. Éticas utilitaristas: partem da evolução dos conceitos éticos para estabelecer a origem prática e utilitarista destes conceitos. O bom teria sido na origem, o útil – ação benéfica para o individuo e grupo. O mal, a ação prejudicial. Relatividade cultural como critério utilitarista explica a origem dos valores Bem e Mal – lógica imanente ao desenvolvimento das necessidades humanas. A origem dos valores seria a sobrevivência do grupo, estabelecidos para manter obrigações morais que assegurem a sociabilidade, cooperação e coesão necessárias à estabilidade da sociedade. Liberdade importa  menos do que a adaptação do individuo a esquemas de conduta que ela já encontra prontos e aos quais é coagido a aceitar. A modernidade caracterizada pela hegemonia da razão, traduzida no triunfo do seu mais eminente produto, a ciência e seus prolongamentos técnicos. A emancipação não se realizou, pois as exigências do progresso técnico fizeram com que as instancias de controle em todos os aspectos da vida se tornassem autônomas, o que trouxe como consequências a submissão do individuo a tais mecanismos num mundo totalmente administrado. A relação entre meios e fins é um problema da ética – característica da contemporaneidade é a incapacidade de estabelecer uma relação pensando o prático, ou seja, o universo da realização humana, como a finalidade do progresso técnico. A Tecnocracia é a contradição em termos, onde a técnica se caracteriza como a produção dos meios. Se ela mesma coordena a aplicação dos meios às finalidades, esta relação acaba se estabelecendo no interior da própria técnica. A Bioética pode ser vista de três maneiras:

1.     Constatação implícita: devido à hegemonia da racionalidade técnica, não mais se permite que o pensamento da vida prática, discernimento, realize-se numa instancia autônoma.

2.     Esvaziamento da vida prática, na medida em que a liberdade, nas sociedades capitalistas modernas, é considerada como a simples possibilidade de decidir individualmente sobre assuntos privados.

3.     Urgência histórica de reestabelecer alguma parcela da dimensão ética do conhecimento, levando à constituição de campos delimitados de reflexão principalmente de áreas problemáticas (subordinação da ética ao processo de especialização e fragmentação do saber).

A bioética surge como disciplina orientadora das ações em saúde, como auxiliar na conduta profissional e como instrumento de direitos dos pacientes. Para garantir correta postura bioética profissional, é importante que este considere três princípios fundamentais: beneficência, Autonomia e Justiça. Na beneficência a pessoa é uma individualidade biológica, um ser de relações psicossociais, um individuo para os juristas, contudo, ela transcende essas definições analíticas, ela aparece como um valor. Autonomia termo derivado do grego “auto”(próprio) e “nomos” (lei, regra, norma) significa autogoverno, autodeterminação da pessoa de tomar decisões que afetam sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica, suas relações sociais. Refere-se à capacidade de o ser humano decidir o que é bom ou o que é ser bem-estar. Os princípios a justiça, nesse modelo de justiça os pacientes eram destituídos de autonomia recebiam uma parcela de atendimento médico proporcional à sua categoria social e todo esse universo estratificado era justificado por um principio metafísico. 

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